quarta-feira, 20 de junho de 2012

I'm back


Faz tempo que eu não posto, acho que desde que eu terminei o meu namoro a minha vida ficou tão melhor que eu nem pensei em voltar pra cá. Há oito meses que tá tudo muito bom, eu voltei a me dar bem com os meus pais, eles voltaram a confiar em mim, eu estou tirando boas notas, voltei a ter amigos... Acho que agora o blog não vai ser um lugar onde eu simplesmente afogue as minhas mágoas, mas sim como um lugar para eu guardar as coisas boas também. É muito bom estar de volta.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Vai

Quer ir? Vai. Eu não vou segurar. Uma coisa que não dá certo é segurar uma pessoa contra a vontade, apelar pro lado emocional. De um jeito ou de outro isso vira contra a gente mais tarde: não fui porque você não deixou, ou: não fui porque você chorou. Sabe, existem umas harmonias em que é bom a gente não mexer. Estraga a música. Tem a hora dos violinos e tem a hora dos tambores.
Eu compreendo, compreendo perfeitamente. Olha, e até admito: você muda pra melhor. Fora de brincadeira, acho mesmo. Eu sei das minhas limitações, pensei muito nisso quando tava tentando te entender. É, é um defeito meu, considerar as pessoas em primeiro lugar. Concordo. Mas não tem mais jeito, eu sou assim. Paciência.
Sabe por que eu digo que você muda pra melhor? Ele faz tanta coisa melhor do que eu! Verdade. Tanta coisa que eu não aprendi por falta de tempo, de oportunidade - ora, pra que ficar me justificando? Não aprendi por falta de jeito, de talento, essa é que é a verdade. Eu sei ver as qualidades de uma pessoa, mesmo quando é um homem que vai roubar minha namorada. Roubar não: ganhar.
Compara. Ele dança muito bem, até chama a atenção. Campeão de natação, anda de bicicleta como um acrobata de circo, é bom de moto, sabe atirar, é fera no volante, caça e acha, monta a cavalo, mete o braço, pesca, veleja, mergulha... Não tem companhia melhor.
Eu danço mal, você sabe. Não consegui ultrapassar aquela fronteira larga entre a timidez e a ousadia, entre a discrição e o exibicionismo, que separa o mau e o bom bailarinos. Nunca fui muito além daquela fase em que uma amiga compadecida precisava sussurrar no meu ouvido: dois pra lá, dois pra cá.
Atravessar uma piscina eu atravesso, uma vez, duas talvez, mas três? Menino de cidade, e modesto, não tive córrego nem piscina. É com olhos invejosos que eu o vejo na água, afiado como se tivesse escamas.
Moto? Meu Deus, quem sou eu. Pra ser bom nisso é preciso ter aquele ar de quem vai passar roncando na frente ou por cima de todo mundo - e esse ar ele tem.
O jeito como ele dirige um carro é humilhante. Já viajei com ele, encolhido e maravilhado. Você conhece o jeitão, essa coisa da velocidade. Não vou ter nunca aquela noção de tempo, a decisão, o domínio que ele tem. Cada um na sua. Eu troquei a volúpia de chegar rapidinho pelo prazer de estar a caminho. No amor também.
Aí é que eu tou perdido mesmo, no capítulo da coragem. Ele faz e acontece, já vi. Mas eu? Quantas vezes já levei desaforo pra casa. Levei e levo. Se um cachorro late pra mim na rua, vou lá e mordo ele? Eu não. Mudo de calçada.
Vai.
Olha, não quero dizer que o que eu vou falar agora tenha importância pra você, que possa ter influído na sua decisão, mas ele tem mais dinheiro também, você sabe. Ele tem até, sabe?, aquele ar corajoso dos ricos, aquela confiança de entrar nos lugares. Eu não. Muito cristal me intimida. Os meus lugares são uns escondidos onde o garçom é amigo, o dono me confessa segredos, o cozinheiro acena lá do quadradinho e me reserva o melhor naco. É mais caloroso, mas não compensa o brilho, de jeito nenhum.
Ele é moderno, decidido. Num restaurante não te oferece primeiro a cadeira, não observa se você tá servida, não oferece mais vinho. Combina, não é?, com um tipo de feminismo. A mulher que se sente, peça o que quiser, sirva-se, chame o garçom quando precisar. Também não procura saber se você tá satisfeita. Eu sei que é assim que se usa agora. Até no amor. Já eu sou meio antigo, ultrapassado, gosto de umas cortesias.
Também não vou dizer que ele é melhor do que eu em tudo. Isso não. Eu sei por exemplo uns poemas de cor. Li alguns livros, sei fazer papagaio de papel, posso cozinhar uns dois ou três pratos com categoria, tenho certa paciência pra ouvir, sei uma ótima massagem pra dor nas costas, mastigo de boca fechada, levo jeito com crianças, conheço umas orquídeas, tenho facilidade pra descobrir onde colocar umas carícias, minhas camisas são lindas, sei umas coisas de cinema, não bato em mulher.
E não sou rancoroso. Leva a chave para o caso de querer voltar.


Ivan Ângelo

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Resistência


E por muito tempo eu tentei resistir, eu quis negar que eu te amava. Eu achei que assim, eu não sentiria a sua falta. Você foi o pior pai do mundo, você me frustrou quando disse que preferia viver um ano bebendo do que cinco anos sem beber. Você me magoou quando disse que se separou da minha avó porque você preferia as prostitutas. Você quase me perdeu quando meu pai me contou que ele praticamente não existia pra você. Isso é uma culpa que ele tem até hoje, você acha justo?
Eu tentei por muito tempo desistir de te amar, mas eu não consegui. A verdade é que, eu não consigo. Apesar de tudo, eu não quero mais desistir de você, eu apenas sonhava com um avô amigo, de família, que fizesse minha avó e os filhos felizes.
Eu espero que agora, bem no final de sua vida, você veja e perceba o quanto você me fez sofrer, e que no tempo que te resta você me dê um pouco de carinho, só pra eu poder te sentir de verdade.


Há pouco tempo me dei conta de que o tempo, passa. O ciclo da vida, a gente nasce, cresce, se reproduz e morre. A vida não é tão vaga assim. A gente dança, a gente ama, a gente sofre, a gente pensa, a gente dorme, a gente se envolve.
A gente se envolve, e quando a gente vai embora, morre, deixa na Terra sofrendo quem você cativou. E vocês, me cativaram. Olina e Oscar, que um dia foram unidos, se separaram.
Vô, você deixou aqui, sem nem saber, um coração partido. Uma menina de 11 anos, que nem sabia o que era a morte. Eu te amo e sinto sua falta. Você nem morava comigo, nem na minha cidade, a gente se encontrava no Natal e nos Almoços Familiares em que você vinha de Palmital. Eu amava quando eu te encontrava e você me chamava de “riqueza do vô”. São tempos que não voltam mais, e ninguém matará o amor que eu sinto por você.
Vó, eu odeio quando você liga o rádio nas suas músicas evangélicas durante o almoço. Eu acho muito mais gostoso quando você canta. Eu amo o seu cordeiro, eu amo a sua casa, eu amo você. Você me irrita muito, principalmente com seus assuntos, mas hoje eu me dei conta de que você está à beira da morte. Eu não quero que você morra, eu não quero que você me machuque. Vó, você não pode ir.
E eu não tenho como impedir, já não posso mais negar, que você vai me deixar, mas o meu amor por você, assim como o amor pelo meu avô, será infinito.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Home.


Him: Jade
Her: Alexander
Him: Do you remember that day you fell outta my window?
Her: I sure do, you came jumping out after me.
Him: Well, you fell on the concrete, nearly broke your ass, you were bleeding all over the place and I rushed you out to the hospital, you remember that?
Her: Yes I do.
Him: Well there's something I never told you about that night.
Her: What didn't you tell me?
Him: While you were sitting in the backseat smoking a cigarette you thought was gonna be your last, I was falling deep, deeply in love with you, and I never told you til just now.


Ele: Jade
Ela: Alexander
Ele: Você se lembra daquele dia que você caiu fora da minha janela?
Ela: Com certeza, você veio pulando atrás de mim.
Ele: Bem, você caiu no concreto, quase quebrou seu traseiro, você estava sangrando por todo os os lados e eu corri com você atrás de um hospital, você se lembra disso?
Ela: Sim, eu lembro.
Ele: Bem, há algo que eu nunca te disse sobre aquela noite.
Ela: O que você não me contou?
Ele: Enquanto você estava sentada no banco traseiro de fumar um cigarro você pensou que ia ser o último, eu estava profundamente, profundamente apaixonado por você, e eu nunca te disse até agora.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Guerra


Não foram justas as horas que eu gastei chorando por você, enquanto você tirava o sutiã de outra menina. Eu já cansei de sofrer, eu não agüento mais ter que ficar no meu lugar. A partir de agora, é guerra. Se você quer tanto que eu fique com outros meninos, então eu já vou começar agora. Não vou nem mais contar quantos foram. Você quase transou com uma menina? Eu acho que você não sabe do que eu sou capaz de fazer com outros caras. Para você é muito mais fácil, que sabe que eu não pretendIA ficar com mais ninguém. É que eu fui ingênua de pensar que você ia entender como tudo isso tem sido pra mim. É comodo demais ver uma menina totalmente presa à você, e enquanto ela dorme e estuda, você vai na balada e fica com várias. Querendo guerra ou não, foi o que você conseguiu. A partir de agora, você vai ver para quem as coisas serão difíceis.

sábado, 13 de novembro de 2010

Just leave me alone to...


... die.